Quando cogitamos assistir um filme de terror, pensamos logo em grandes produções com direções norte-americanas, porém o longa-metragem Exorcismo Sagrado com maioria dos atores latino americanos e com direção de Alejandro Hidalgo, um venezuelano, entrega um enredo e uma direção digna mesmo sendo seu segundo filme.
O filme é uma co-produção entre Venezuela, México (onde o filme se passa) e os Estados Unidos; Hidalgo não se prendeu a grandes nomes, mesmo com Will Beinbrink (It: Capítulo 2) sendo o protagonista, temos outros grandes nomes na produção como a mexicana Irán Castillo e a também venezuelana María Gabriela de Faría. Tanto a direção quanto a produção faz questão de um terror com um pouco de consciência e poucos jumps scares, trazendo diversas referencias de outros longas do gênero e alguns momentos de sátira que nos trazem momentos de nostalgia.
“A partir deste haverá spoilers. Siga por sua própria conta e risco”
Há 18 anos atrás o Padre norte-americano Peter Williams é convocado durante a madrugada para um exorcismo que ainda não estava preparado e tinha os avisos do padre veterano Michael que não deveria ir, mas acabou indo realizar o ritual que dá errado e um crime de sacrilégio é cometido deixando sequelas na vida de Peter. Tentando fugir das consequências daquele dia há 18 anos, refugia-se numa cidade interiorana marginalizada e acaba cuidando de crianças órfãs que moram dentro da igreja.
Anos se passam e o padre fica conhecido como “santo-vivo” por suas obras em nome de Deus naquela cidade minúscula, auxiliando na compra de medicamentos até trabalhar nas lavouras, mas os acontecimentos do passado continuam perseguindo dentro de seus próprios sonhos. Até o momento que todas as crianças locais começam a se contagiar com uma doença desconhecida e extremamente contagiosa, além de ser fatal, fazendo até mesmo o padre se desesperar e pedir ajuda para o Bispo na capital onde iria confessar o seu pecado.
Neste momento surge Esperanza, uma jovem que está presa por ter matado um homem e com acusações de estar possuída por Balban – o demônio da mentira, que pede para Peter ir encontrá-lo e tentar exorcizá-lo. Entretanto, para se derrotar um demônio é difícil, devemos imaginar a dificuldade de enfrentar vários ao mesmo tempo e em locais diferenciados.
O longa-metragem é recheado de referências ao “O Exorcista”, no qual o humor é muito presente, principalmente quando Michael volta para ajudar seu antigo aprendiz, já que ele desistiu de seguir a vida de forma séria. O enredo do filme traz muitas alegorias, críticas as instituições de igrejas (no qual eles questionam se o Vaticano mantém demônios mantidos e outras coisas consideravam blasfêmia), comentários que podem deixar algumas pessoas desconfortáveis.
A direção de Alejandro Hidalgo continua mostrando sua assinatura, principalmente para quem conhece o seu primeiro filme “A Casa do Fim dos Tempos”; os efeitos práticos superam muitas vezes de os de CGI, mas por ainda ser desconhecido, ainda é utilizado em muitas vezes nos cenários escuros para esconder as imperfeições captadas por longos planos; já os efeitos não são tão convincentes, mas num filme que não utiliza muitos sustos, ainda conseguem funcionar, não como deveriam, mas funcionam.
Porém, percebemos que nem todos os filmes o lado do bem é necessariamente vencedor, também podem existir empates, afinal, como no próprio filme diz: “O céu jogou bem suas cartas“.
Sinopse:
“O padre Peter Williams comete um terrível sacrilégio ao ser possuído durante um ritual de exorcismo. Dezoito anos depois, as consequências de seu pecado voltam para assombrá-lo e acabam desencadeando uma batalha ainda maior entre o bem e o mal”.
Trailer
Opinião final
“O terror que se perdeu nas alfinetadas.”
Nota final: 6,5/10
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