Recentemente o Alternativa Nerd desenvolveu uma review de Monster Hunter Rise até a sua versão 2.0. Você pode conferir esta primeira parte BEM AQUI. Agora, o Professor Kurousagi retorna para falar sobre a última grande atualização do jogo neste apêndice a abordagem anterior.
Monster Hunter Rise: Um prato muito, muito gostoso, mas que, quando peço novamente o garçom me diz que acabou. Bem, esta é exatamente a sensação que ficou após a versão 3.0, e literalmente todas as pessoas com as quais conversei nos últimos dias e utilizei a mesma analogia riram e disseram que a sensação é exatamente essa. Quer dizer que o resultado final ficou ruim? Não! Não! Se você ver/viu minha primeira review, eu derramei elogios ao jogo e não vou tirar nenhum aqui, o problema está…. Bem, o problema é que o jogo é extremamente curto, imaginávamos que os updates iriam completá-lo, e bem, eles completaram… E agora ele tem a cara de um jeito completo, mas sem updates. Confuso? Vamos por partes….
Uma espécie nova de forma de atualização tem tomado conta dos jogos japoneses. Um exemplo bom que vou usar para isso é a franquia Pokémon. Quem joga a muito tempo sabe a frustação que sempre foi. Você compra uma das duas versões do jogo novo, e uns dois, três anos depois a Grame Freak vai lá e BAM! Uma terceira versão revisada e cheia de novos conteúdos. No passado, ok. Um Game Boy não tinha internet, a única maneira de atualizar Red&Blue era lançando Yellow. O problema é que com o tempo, mesmo que as coisas tenham evoluído, essa estratégia se manteve.
Sun&Moon, última geração lançada na linha 3DS, teve suas versões Ultra Sun&Ultra Moon também lançadas como jogos inteiramente novos. Isso foi algo imensamente revoltante. Só imagine que, não é mais questão de ter que comprar um jogo novo, é comprar o mesmo jogo, apenas com os updates, e ainda ter que jogar ele inteirinho desde o começo pra acessar os conteúdos novos… Num console que já aceitava atualizações. Animal Crossing New Leaf foi atualização para a versão Welcome Amiibo, por exemplo, de graça, sem precisar de outro jogo.
E, como eu disse na review anterior, o mesmo ocorria com Monster Hunter. Todos os jogos da franquia tiveram revisões e atualizações, até que em Monster Hunter World finalmente o sistema de lançar um jogo inteiro novo foi trocado por uma DLC, Iceborne.
Só que esse novo modo de enxergar as revisões por parte dos japoneses, também trouxe um estilo de lançar as coisas bem mastigadinhas. Pegue qualquer jogo do Nintendo Switch que tenha um passe. BOTW, FE Three Houses, Cadence of Hyrule… E o recente HW: Age of Calamity. Todos estes jogos possuem passes onde você compra, espera alguns meses, recebe uma coisinha bem básica (uma skin, uma nova interação, um item…), e isso ocorre todo mês, até que só na última parte do passe vem algo realmente grande. Age of Calamity mesmo já teve a primeira parte do passe revelado, e é apenas uma arma e armadura pro Link…
O mesmo valeu para Pokémon, que citei lá em cima. FINALMENTE, a Game Freak parou com os relançamentos, apenas disponibilizando a DLC Isle of Armor & Crown Trunda para Pokémon Sword&Shield, e que seguiu esse mesmo sistema. A primeira parte que quase ninguém se lembra, adicionou apenas roupinhas novas para o avatar, a segunda trouxe a Ilha da Armadura, algo consistente, mas ainda pequeno, e só então na última parte tivemos a Tundra Coroa, esta sim uma grande atualização cheia de novidades (embora, sinceramente, Sw&Sh tenha sido uma decepção de qualquer jeito no final… mas isso é outra história).
E bem, World recebeu várias e várias atualizações por todo o tempo em que a Capcom se dedicou ao jogo, com monstros novos sendo adicionados gratuitamente todo mês antes da grande DLC, mesma coisa e, bem, também está acontecendo com Rise, mas, o problema está realmente no tamanho.
MH Rise, do jeito que está hoje, em sua versão 3.0, parece um jogo recém lançado. Entenderam? Ele não parece um jogo que recebeu atualizações, tudo o que foi colocado até agora simplesmente deveria estar ali desde o começo. A quantidade, principalmente de monstros, é muito pequena. Esperávamos que nesta atualização 3.0, com o final verdadeiro do modo história anunciado, com o anúncio de novos monstros, etc, feitos, imaginávamos que receberíamos uma atualização massiva, que ia encher o jogo de conteúdo, e não… Tivemos 3 monstros novos e dois deles são versões alternativas de monstros que já estavam no jogo, e o terceiro é uma versão nova do Valstrax, que não estava no jogo, ok, mas não deixa de ser um monstro que já vimos.
É claro, entraram várias outras coisinhas legais, como camadas/skins para as armas do Frenesi, novas missões e eventos, cosméticos bem legais a venda… Mas aí que está. Estas são as coisinhas que a gente já esperava que fossem ficar entregando, eu pelo menos já esperava. Eu me acostumei com esse sistema, não gostei, mas me acostumei. A questão é que Monster Hunter Rise Versão 3.0 foi anunciado como o GRANDE UPDATE que ele não foi. Foi mais um monte de coisinhas…
Para se ter uma ideia: Monster Hunter Rise possui cerca de 60 monstros, fazendo uma média entre os novos, os retornantes e as formas alternativas, enquanto títulos anteriores, como Generations, antes de sua versão Ultimate, já contava com mais de 90.
Outros títulos já contaram com elencos iniciais menores, é verdade. Tri tinha algo em torno de 35, World mesmo tinha a mesma média, mas o primeiro aí citado é super antigo e pra época e pras mecânicas do jogo 30 monstros era muito e o segundo foi atualizado e recheado com bem mais frequência.
MH Rise, com toda a sua velocidade, com os combates frenéticos, com todas aquelas coisas que elogiei, passa tão rápido, que essa quantidade é pequena, ainda mais quando os monstros originais são uma parcela ainda menor. Até agora, na versão 3.0, temos apenas 22 monstros originais, e isso contando com as formas alternativas.
Um pouco é choradeira? É. Tem coisa pra caraaaaaaaamba pra se fazer nesse jogo. A progressão dele é muito gostosa, a quebra do limite de ranking tornou isso ainda mais desafiador, continua sempre tendo alguma sub-quest ou item que você queria fazer, uma arma pra experimentar, um recurso que precisa buscar… O problema está mesmo em termos que ver sempre as mesmas e mesmas caras de novo e de novo em cada caçada. E, sabendo que, sabe-se lá por quanto tempo, vamos ficar assim. Mês que vem devemos ganhar mais 2 monstros, e depois mais 3? Entre eles uns 4 serão só formas alternativas? Não sei, rsrsrs só sei que fica esse gostinho de fome na “boca”.
O jogo é ótimo, porém, preciso fazer esta pequena mudança na minha opinião e indicação final. Se você gosta muito de Monster Hunter, se já jogou tudo o que podia da franquia que esteja à sua disposição ou no mínimo quer aproveitar o hype, número grande de jogadores ativos, jogar com os amigos, compre Rise sem medo, você só vai infelizmente se ver refazendo as mesmas caçadas e vendo os mesmos monstros o tempo todo muito rápido. Agora, se você não é tão fã ou se ainda tem alguma outra coisa pra jogar, como o Generations Ultimate ou mesmo o World, acho que vale a pena esperar um pouco até que o jogo “acumule gordura”, até que essas pequenas atualizações juntas se tornem algo realmente significativo, ou que uma real grande atualização venha.
No meu caso, por exemplo, tenho alternado entre algumas caçadas no Rise e outras no meu bom e velho 3U, que até hoje não terminei porque…. Bem, se você tem ele, sabe o motivo, rsrs (pra quem não sabe, 3U não possui servidores, só é possível jogar local, e achar mais 3 pessoas que tenham o jogo, aqui no Ocidente, é um pouquinho difícil, então a progressão dele que já era lenta se torna abisssal).
Mas, em todo caso, Monster Hunter Rise continua merecendo uma nota 10.
Agradeço novamente ao Professor Kurousagi, por desenvolver juntamente com a equipe do Alternativa Nerd essa review.
Monster Hunter Rise encontra-se disponível para Nintendo Switch.
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