Pouca ação, pouca comédia e mais drama humano.
Após dois bons episódios iniciais, um terceiro razoável e um quarto bastante problemático e decepcionante, o quinto e penúltimo episódio da série do Cavaleiro da Lua recupera o fôlego e entrega um resultado bastante satisfatório. O acerto se deve a premissa do quinto capítulo que se dedica inteiramente a explorar Marc Spector e seus conflitos psicológicos. Já de início temos o conflito entre realidade x ficção, mas que não se estende muito, provando que Marc está de fato entre a vida e a morte. Explorando os mitos egípcios, em especial a Deusa Taweret, o episódio se aprofunda em uma jornada pelas memórias de Marc em busca a equilibrar a balança da justiça com os corações dele e Steven entregues a mesma. Essa ideia de explorar as memórias de Marc remete bastante ao penúltimo episódio de Wandavision e tem tanta qualidade quanto.
Um dos maiores acertos da série até então é introduzir esse personagem inédito ao MCU sem ser uma história de origem. Esse capítulo, no entanto, aborda isso da melhor maneira possível ao pincelar brevemente como Marc se tornou o Cavaleiro da Lua em uma sequência sensacional. A direção de Mohamed Diab brilha aqui diferente do capítulo anterior, ela navega pela ação e o drama, extraindo o melhor de Oscar Isaac. Este último, mantém e eleva o excelente trabalho visto até então (Seria Oscar o melhor ator da nova leva do MCU?). O design de produção é grandioso, a fotografia é belíssima e trabalha ao lado da paleta de cores sendo se juntando a computação gráfica que pela primeira vez mantém um bom trabalho. Tudo isso torna o quinto episódio como o mais memorável em termos técnicos da série, até agora.
Passado os pontos técnicos, a trama vai ganhando contornos cada vez mais sombrios quando mergulhamos na infância de Marc e no ponto em que Steven surgiu em seu inconsciente. As participações de Wendy (Fernanda Andrade) mãe de Marc e Elias (Rey Lucas) pai de Marc, são adições interessantíssimas e mesmo que breves conseguem ser destaques. Tudo no episódio trabalha para enriquecer o drama humano, extremamente crível e relacionável se firmando como um capítulo que não tem espaço para comédia ou troca de socos, mas que explora todo o potencial psicológico que esse personagem tem.
De maneira ousada, o capítulo se encerra encaminhando para o final da série. Talvez a “cola final” entre os episódios e a temporada não se prove tão satisfatório e o medo de termos um clímax apressado é grande, porém, vamos torcer para o melhor. Sendo uma grande série ou não, o Marc Spector de Oscar Isaac é um das melhores adições ao Universo Cinematográfico da Marvel.
Nota: 9,5/10