Mais uma vez vou me aproveitar da experimentação no meu texto e unir os três últimos episódios, mais o meu saldo final sobre a série….
Cowboy Bebop – 1×8: Sad Clown A-Go-Go:
Mais uma vez temos uma direção impecável, um bom trabalho de elenco e um destaque para Josh Randall como o marcante vilão do anime, Pierrot. Com uma atuação no limite do caricato e do ridículo, o episódio presta excelentes homenagens para o episódio clássico do anime, porém, encontra mais uma vez sua fraqueza na trama de Vicious e Julia. Essa divisão quebra totalmente o ritmo do episódio e ainda nos entrega um clímax apressado para as duas subtramas, a de Vicious em especial tenta prestar uma homenagem a Kill Bill e falha miseravelmente.
Nota: 6,5/10
1×9: Blue Crow Waltz:
Mais uma vez, um episódio cheio de irregularidades. Já nos minutos inicias, não tem como não guardar uma certa… “má vontade” com esse episódio, afinal, ele é inteiramente inserido no passado do Spike e sua his,tória com Vicious e Julia. Estes dois, os piores personagens da série e mais tempo com eles… não ajudou. Os diretores, roteiristas e até mesmo os dois atores, não conseguiram encontrar um equilíbrio para seus personagens sendo assim os elementos que mais destoam de todo resto seja como adaptação ou como parte da própria obra. No entanto, o final do episódio encontra seu fôlego partindo de uma cena sensacionalmente bem dirigida e coreografada de Spike (Fearless) contra um cartel inteiro e ainda embalada por uma trilha sonora igualmente sensacional. Depois disso, uma ótima sequência da morte de Fearless também nos é entregue. Sendo assim um episódio bem divisivo.
Nota: 5,0/10
1×10: Supernova Symphony:
Uma conclusão decepcionante. Michael Katleman conclui sua direção no episódio mais fraco da série, um episódio apressado, esteticamente fraco e com um roteiro bem mal elaborado. Os problemas já se iniciam nos primeiros minutos quando Jet simplesmente descobre o passado de Spike de forma abrupta e fora de tela, criando um drama péssimo entre os dois personagens. Temos mais de Vicious e Julia…. o primeiro tendo uma atuação extremamente afetada, e a segunda com uma conclusão de arco fraquíssima bem como suas motivações. Em seu clímax, o episódio tenta recriar as músicas e momentos tão empolgantes que o anime entregou no passado, mas ele falha pelo péssimo roteiro e direção. Um sentimento amargo permanece até os minutos finais, onde Eden Perkins surge como a personagem Ed em uma cena extremamente divertida que deixa a conclusão mais leve e um sentimento de… “quero ver mais”.
Nota: 4,5/10
Refletindo sobre todos os episódios que acompanhei, me veio um comentário de um grande crítico brasileiro chamado Arthur Tuoto: “ Uma crítica não pode ser simplesmente técnica. Ela também precisa ter o que o crítico em questão sente a respeito da obra ”. E o que o Cowboy Bebop da Netflix me fez sentir? Um misto de emoções. Inegavelmente é uma série que respira identidade, sua identidade própria por mais que seja uma adaptação do anime, há uma marca dentro da série. A direção dos episódios em sua maioria foram impecáveis, ritmo nem tanto e os roteiros bagunçados muitas das vezes, mas havia coração. Havia sentimento. Um investimento nos personagens que os atores principais conseguiram entregar. É uma obra muito distante de ser perfeita, mas que se permitiu arriscar sendo infeliz em algumas decisões, mas muito feliz em outras.
Logo após a conclusão do meu texto, uma péssima notícia chegou ao mundo da cultura pop: o cancelamento dessa série que venho fazendo análises em ritmos lento. Os motivos para o cancelamento podem ser diversos: baixa audiência, marketing fraco, péssimo formato de lançamento, e nenhum desses fatores cabe serem discutidos aqui, porém, a série merecia um futuro maior.
Ao menos para mim, o Cowboy Bebop da Netflix mesmo com seus defeitos tem sua marca como uma das tentativas mais felizes de se adaptar obras do oriente para o ocidente. Assim como o Godzilla de Gareth Evans fez e o Speed Racer das Irmãs Wachowskis.
Saldo geral da série: 7,0/10
See you, Space Cowboy…. someday…