Ao longo de Falcão e O Solado Invernal, vimos a esperada transição do manto do maior símbolo da esperança e liberdade do Universo Marvel: o Capitão América.
O herói, responsável por derrotar os nazistas na segunda guerra mundial e impedir, mais de uma vez, invasões alienígenas ao lado dos Heróis Mais Poderosos da Terra, teve sua estadia encerrada na pele de Steve Rogers no último filme dos Vingadores. Ou pelo menos por enquanto.
O que importa é que a série trouxe de volta alguns nomes já conhecidos do Universo Marvel com a missão de, na medida do possível, continuar o legado do Capitão América. Sam, a quem o manto do herói foi confiado por Steve e a quem o próprio governo dos Estados Unidos ofereceu, recusou de imediato a proposta. Ele acreditava que tudo aquilo que o símbolo representava simplesmente não servia para ele. O governo então nomeia John Walker, soldado que lutou na guerra do Afeganistão e foi reconhecido por tomar decisões acertivas em momentos difíceis, como o novo Capitão América.
A nova versão do herói porém apresenta diferenças gritantes em relação ao Capitão América original. Walker é muito mais violento, emotivo e perde o controle facilmente. Toda essa emotividade do personagem tem seu ápice no momento em que mata brutalmente um dos capangas dos Apátridas e ainda ataca Sam e Bucky quando eles o dão a chance de redenção. O escudo manchado de sangue na cena final do episódio 4 não representa apenas a degradação do manto do Capitão América, mas também da ideia de um herói íntegro e justo, no qual toda a humanidade pode depositar confiança.
De fato, John Walker não serve para ser o Capitão América, sua conduta e personalidade simplesmente não combinam com o herói. Mas antes de enxerga-lo como um vilão horrendo e até mesmo intimidar o ator nas redes sociais (como infelizmente vi pessoas fazendo), precisamos ver as coisas sob uma outra ótica.
Walker é um veterano de guerra, ou seja, passou por situações dificílimas num ambiente totalmente hostil. Não é pra qualquer um. Isso é ainda mais extremo pois, diferente de Rogers, Walker não tinha o soro de super soldado na época da guerra. Isso não só torna o desempenho em combate muito mais difícil como também a pressão psicológica é muito grande, o que creio que tenha sido um fator decisivo para como vemos Walker na série. Traumatizado e instável emocionalmente, ele precisa constantemente se provar para as outras pessoas. Diferentemente de Steve Rogers, que por sua compostura e senso quase incorruptível de justiça já conquistava o respeito até mesmo dos seus inimigos, John Walker recorre a intimidação e a violência para que todos entendam que ele é o Capitão América. Mas como o próprio Sam Wilson bem nos ensinou, símbolos não são nada sem pessoas que os deem significado.
Creio que, de alguma forma, John Walker representa bem o que cada um de nós somos por dentro. Pessoas angustiadas, indecisas, instáveis e, algumas vezes, traumatizadas. Sabemos que não conseguimos segurar as pontas em todas as situações. Sabemos que muitas vezes iremos fraquejar e cometer a decisão errada guiados apenas pelo próprio egoísmo. E sabemos também que temos algo bom dentro de nós, algo que nos faz querer seguir em frente e lutar pelo que é certo.
Apesar disso, não restam dúvidas de que John Walker ainda está para se tornar um grande vilão do Universo Marvel, agora com o posto de Agente Americano.
E você, o que acha desse personagem tão emblemático? Qual sua opinião sobre essa nova leva de heróis e vilões no cinema e nas séries? Acredita que tem coisa boa vindo por aí?
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