Recentemente, a Epic Games presidiu um evento relacionado a mais nova versão de seu motor gráfico popularmente conhecido pela maioria da comunidade gamer e utilizado por muitos desenvolvedores, dos maiores: como a Sony, Microsoft e Nintendo, até os regulares, como a Eletronic Arts. Mas por que este motor gráfico é tão utilizado e elogiado? E o que sua última versão, aliada a uma nova geração de consoles, pode trazer–nos em termos de visual e performance? É o que vou explicar neste artigo!
Onde tudo começou:
Primeiro de tudo: o que é um motor gráfico? Vale salientar que, tecnicamente, tratam–se de duas coisas diferentes que são vistas como sinônimos por grande parte do público casual, e como este artigo volta–se a tal público, apenas quero esclarecer os termos e reforçar que utilizarei “motor gráfico” também como sinônimo de “motor de jogo”. O motor gráfico é responsável por renderizar cenas bidimensionais ou tridimensionais em um ambiente virtual, e o motor de jogo, ou seja, a “engine”, é o esqueleto dessas representações, pois incluem mecânicas de interação com o objeto e cenário.
Se você era um gamer na década de noventa, com certeza já ouvira falar de Unreal Tournament, famoso jogo de tiro em primeira pessoa conhecido por sua jogabilidade frenética e que utilizava um motor gráfico otimizado para uma variedade de máquinas. Lógico que seu criador, Tim Sweeney, não demorou em disponibilizar a ferramenta para diversos desenvolvedores, visto que os ganhos da empresa poderiam ser alavancados não somente com a produção de jogos, como também com o desenvolvimento deles.
Não deu outra. Apesar de existirem inúmeros motores gráficos, a Unreal destacava–se por sua amplitude e pela frequência e estabilidade de suas atualizações, que geraram vários avanços e versões que a cada relançamento atraíam levas e levas de desenvolvedores. Creio que, até os dias de hoje, a comunidade gamer fica mais empolgada com os anúncios da Epic Games sobre a ferramenta do que com muitos jogos de grande porte, justamente por suas possibilidades.
Existem, claro, estúdios que dominaram essa ferramenta, mas o que mais impressionou foi a apresentação de novos recursos que poderão ser utilizados na nova geração de consoles para criar experiências ainda mais imersivas.
Cinco novidades da Unreal Engine 5:
Acho que a primeira, e que deixou muita gente de queixo caído (inclusive eu) é a “Meta–human”, que nada mais é do que uma reprogramação no modo de renderizar bonecos do jogo. As expressões realistas foram um chamativo e a fotogrametria facilitada ajudará muitos estúdios com orçamento limitado, visto que a reprodução dessas tecnologias de modo mais manual é muito caro.
Claro que também não podemos esquecer dos “Meta–pet”, que, como o próprio nome incita, são uma mão na roda (ou pata no osso? Desculpe pela piada) pois modelagens não–humanoides podem ser muito demoradas de serem feitas tendo em vista o pouco reaproveitamento.
Além disso, temos o “Lumen”, uma tecnologia de raio–traço que simula uma iluminação realista, gerando ambientes e sombreamentos (bem como reflexos) mais imersivos. E os outros dois combinados, “Nanite” e coleta de modelos, têm como finalidade permitir um manuseio prático de objetos e relevos inteiros sem alterar fundamentos previamente estabelecidos.
Tudo isso somado a uma nova geração de consoles com muitos teraflops e poderosos SSD’s resultarão em experiências incríveis, e mal posso esperar para que este momento chegue.